um dia ouvi, li e reli... o poema que mais me faz perder em ti a minha historia contigo, esta aqui que sempre que me deito me transformo-me numa sombra de esperança um dia com a tua cúpula evitaste que o céu nos fulminasse num dia tão molhado como essa sede, a saber a cerejas azuis em marés de desejo um dia que não devia ter deixado anoitecer... uma vida inteira, amanhã, vamos acordar com aquele quentinho abraço e faremos com que o poema seja somente isso um poema
murmuram os ventos nas folhas breves do meu diário vagueiam proscritos os mitos do imaginário segredam os dias das utopias sonhadas na noite em que foste a minha namorada e demos forma ao mundo na arte dos magos num toque de artistas já transformámos a vida em ouro como alquimistas pelos sete mares enluaradados rios e areais vou coroar-te no trono doido dos vendavais ao chegar de mansinho como um bandoleiro conquistar o teu corpo como guerrilheiro apaixonadamente teu render-me, enfim nos teus matagais amar-te toda como as pedras e os animais mas depois do teu adeus do teu último beijo leva contigo a lembrança a paixão, o desejo ai de mim, o rancor que ainda guardo e não quero se um dia voltares (francamente eu sei) eu já não te espero será que ando forte e que te esqueci será que ando fraco e que me perdi mas em poucas palavras ficam belas e doces saudades de ti (música e letra de Fausto Bordalo Dias)
entre uma maça debruada, e uns lábios... as tuas unhas ou o o misturar de sonhos e olharesquando o sol nos perfura o flanco
quando tentamos esperarfalo de um fel falo da tal pena que à beira d'agua funga, arranha e aparta aqueles olhos assumo uma maneira tão estranha de beber e faço com que uma só língua te percorra não te toco... não te sorvo entro e fico sob a tal maça o trompete... uma lua
entre um doce fel numa maça de amargura fugi ante a sombra nefasta dessa maré Antunes seria a sua força um dedilhar de sons e bocas famintas
a leveza da tua trança roça-me a face perante aquela praia!
temo que os botões amarelos nos forcem a isto escuto as tuas sombras e vejo-te a pintar uma vida vejo-te a subir de entre mãos a memoria assusta a rua sobre a calçada afeita o teu sorriso
as letras longas fogem-me, talvez porque não tenha nada a sair as frases tendem sumidas tal a fútil presença de um deus
um dia formarei um império de sombras, de flanelas desbotadas e finas imitarei uma presença ao som de falsos prazeres subirei a laranja mesmo que tu não queiras
esta fina saudade um dia será tão próxima
uma vez ai, a elevação será o fim do libido, do suor e da tua boca escrevo e não sei, imensa a loucura desta linha a loucura feita demência, em sulcos e o medo de morrer
"Nessa noite se soletram, mãos de oleiro, salvando o outro de ter peso. Nessa noite o corpo de um foi lençol de outro. E ambos foram pássaros porque o tempo deles foi antes de haver terra. E quando ela gritou de prazer o mundo ficou cego: um moinho de braços se desfez ao vento. E mais nenhum destino havia."
"Fecho os meus olhos e canto E canto só para ti Derramo a voz e o pranto Que te canta como eu canto É por ti e só por ti Derramo a voz e o pranto Que te canta como eu canto É por ti e só por ti"