sábado, 26 de setembro de 2009

ameixas


entre um doce fel numa maça de amargura
fugi ante a sombra nefasta dessa maré
Antunes seria a sua força
um dedilhar de sons e bocas famintas

a leveza da tua trança roça-me a face perante aquela praia!

temo que os botões amarelos nos forcem a isto
escuto as tuas sombras e vejo-te a pintar uma vida
vejo-te a subir de entre mãos
a memoria assusta
a rua sobre a calçada afeita o teu sorriso

as letras longas fogem-me, talvez porque não tenha nada a sair
as frases tendem sumidas tal a fútil presença de um deus

um dia formarei um império de sombras, de flanelas desbotadas e finas
imitarei uma presença ao som de falsos prazeres
subirei a laranja mesmo que tu não queiras

esta fina saudade um dia será tão próxima

uma vez ai,
a elevação será o fim do libido, do suor e da tua boca
escrevo e não sei,
imensa a loucura desta linha
a loucura feita demência, em sulcos e o medo de morrer

para ti meu amor

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