sexta-feira, 7 de março de 2008

à deuses mas não são Celtas


à vida com aquelas almas brutas
também à mingua e à fome
e a fala em sonetos discretos
vi-a flutuar entre a sombra e o riso e a beleza
tão escura era a noite...
e por milagre falamos de bichos e choros

encontro-me em ti
no meio de um liquido que não vejo
no abandono irreal
entre sons de cítaras agónicas
onde dedos gastos e soltos se desvariam

em esferas de fogo e espadas de paz
tento a todo o instante escrever as pétalas azuis
e aos bolbos que me olham e sorriem

agarrado ao cheiro de gengibre leve com o mar
às três velas que vejo, e a pra ti que me prendo
vejo só aquelas que entre falas e corpos nos olham
crescemos em voltas de incenso
soltamos sorrisos de lembranças
passamos tão perto, que não nos vimos
corremos tanto que quase acabamos...
estalámos tantos gritos que ninguém ouviu
rasgamos tantos desejos
enchi o copo
suave, aquoso e sorri
lembrei-me de ti

e bebi-te

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