sábado, 19 de dezembro de 2009

35 anos depois...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Em poucas palavras


um dia ouvi, li e reli...

o poema que mais me faz perder em ti
a minha historia contigo, esta aqui
que sempre que me deito me transformo-me numa sombra de esperança
um dia com a tua cúpula evitaste que o céu nos fulminasse
num dia tão molhado
como essa sede, a saber a cerejas azuis em marés de desejo
um dia que não devia ter deixado anoitecer...
uma vida inteira,
amanhã, vamos acordar
com aquele quentinho abraço
e faremos com que o poema seja somente isso

um poema



murmuram os ventos
nas folhas
breves do meu diário
vagueiam proscritos
os mitos
do imaginário
segredam os dias
das utopias
sonhadas
na noite em que foste
a minha namorada
e demos forma ao mundo
na arte dos magos
num toque de artistas
já transformámos
a vida em ouro
como alquimistas
pelos sete mares enluaradados
rios e areais
vou coroar-te no trono
doido dos vendavais
ao chegar de mansinho
como um bandoleiro
conquistar o teu corpo
como guerrilheiro
apaixonadamente teu
render-me, enfim
nos teus matagais
amar-te toda
como as pedras
e os animais
mas depois do teu adeus
do teu último beijo
leva contigo a lembrança
a paixão, o desejo
ai de mim, o rancor
que ainda guardo e não quero
se um dia voltares
(francamente eu sei)
eu já não te espero
será que ando forte
e que te esqueci
será que ando fraco
e que me perdi
mas em poucas palavras
ficam belas e doces
saudades de ti

(música e letra de Fausto Bordalo Dias)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

uma boca e uns olhos






que me levariam...
para onde nos olhámos entre a chuva
para o mesmo sitio

onde um cerromaior
ou um espanto
ou uma voz vinda de ti

em silencio
fiquei
olhei aquele sopro de mel

um sopro
anturios e mel
e os sentidos despertos


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

um uma palma com u!




entre uma maça debruada,
e uns
lábios...
as tuas unhas ou o o misturar de sonhos e olhares quando o sol nos perfura o flanco

quando tentamos esperar
falo de um fel
falo da tal pena que à beira d'agua
funga, arranha e aparta aqueles olhos
assumo uma maneira tão estranha de beber e faço com que uma só língua te percorra
não te toco...
não te sorvo
entro e fico
sob a tal maça
o trompete...
uma lua

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

onde um dia...


o meu sorriso voltará...


sábado, 26 de setembro de 2009

ameixas


entre um doce fel numa maça de amargura
fugi ante a sombra nefasta dessa maré
Antunes seria a sua força
um dedilhar de sons e bocas famintas

a leveza da tua trança roça-me a face perante aquela praia!

temo que os botões amarelos nos forcem a isto
escuto as tuas sombras e vejo-te a pintar uma vida
vejo-te a subir de entre mãos
a memoria assusta
a rua sobre a calçada afeita o teu sorriso

as letras longas fogem-me, talvez porque não tenha nada a sair
as frases tendem sumidas tal a fútil presença de um deus

um dia formarei um império de sombras, de flanelas desbotadas e finas
imitarei uma presença ao som de falsos prazeres
subirei a laranja mesmo que tu não queiras

esta fina saudade um dia será tão próxima

uma vez ai,
a elevação será o fim do libido, do suor e da tua boca
escrevo e não sei,
imensa a loucura desta linha
a loucura feita demência, em sulcos e o medo de morrer

para ti meu amor

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

versos rabiscados na ausência


"Nessa noite se soletram, mãos de oleiro, salvando o outro de ter peso. Nessa noite o corpo de um foi lençol de outro. E ambos foram pássaros porque o tempo deles foi antes de haver terra. E quando ela gritou de prazer o mundo ficou cego: um moinho de braços se desfez ao vento. E mais nenhum destino havia."


Mia Couto - Venenos de Deus Remédios do Diabo

domingo, 26 de julho de 2009

prometo que amanha


te escrevo um poema
meu amor

sexta-feira, 26 de junho de 2009

frases intemporais

fiquem-se pela era do facebook, do hi5, do twitter, do netlog, do

eu cá é mais titulos que me inspiram
me derretem
e me excitam tanto tanto...



"Governo esconde dados da Fundação que gere Magalhães"
belo "migalheiro" dos nossos fantasmagoricos politicos...

Berardo: "BCP continua a roubar"
a quem???

"Ferreira Leite promete ruptura com políticas de José Sócrates"
agora a poucos meses das eleições...
mas ruptura com quais politicas???

"Salgueiro defende criação de novo contrato de trabalho"
filho de uma grande pu...

“Nunca vendi uma acção do BCP” garante Jardim Gonçalves
nem eu!!!

"Manuel Alegre fica ao lado de Sócrates"
isto não é poesia, é romance...







quarta-feira, 13 de maio de 2009

para ti



"Fecho os meus olhos e canto
E canto só para ti
Derramo a voz e o pranto
Que te canta como eu canto
É por ti e só por ti
Derramo a voz e o pranto
Que te canta como eu canto
É por ti e só por ti"

(...)





sábado, 14 de março de 2009

acho que



tínhamos tanto a dizer...
a contar,

bebíamos e olhávamos
enquanto os lábios talvez se tocassem

sexta-feira, 6 de março de 2009

2010








foi então que nos vendámos
e sentimos
como se o toque fosse o fogo

ficamos assim
e sentia-te tão perto
que te bebia o cheiro
tão quente

ouvimos Uxia
vendados com os rostos quase pegados
não falamos
não ousamos soltar uma nota que fosse
não ousamos tocarmos

só o teu perfume entrava
só as folhas continuavam abanando em silvos de vento
não nos víamos

continuamos vendados
tão perto
ao frio

terça-feira, 3 de março de 2009

fim de noite

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

acto II


os pássaros voaram alto. e alto, bem alto encontraram um galho

ontem senti os poros brotar vida...
calei os medos e nasci para ti


(1987)

haikus II


a névoa
o florir da magnólia
um sonho entre folhas

saudade
um intenso sabor
o amanhecer num doce campo amarelo

debaixo do crepúsculo
a fome de vida
e a margem?

uns olhos de sol
dentro de um poema
e de mim

domingo, 8 de fevereiro de 2009

um livro em ti


é onde aqueles pássaros carregados de cor de atum desmaiado vivem
disse-me aquele sorvete azul
e o Jimmy também

o rolo de solda assombra-me,
e sonha
escolho outra faixa entre dedilhares desencontrados

pedi-a para um amarelo enfeite de natal
falei tanto e beijei-te debaixo do escuro
abracei-te depois de dormir
um amargo de sem fins
e tentei
e tu a sorrires...
num amargo à espera do acorde seguinte
fiz-te um numero de cores
mandei-te umas quantas sombras de mim

já não estavas...

a flor sonhou com o rio
e sobrou um cone de amor
e uma gota
e uma forma de ti que se reflecte

depois o tal sorvete riu
sobre aquele fruto voltei a saborear-te
"love me two times baby" e olhares de mel e cerejas

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

subitamente


nova éra
a nova saudade 
começa aqui...


o silvo da arvore
a soberba nevoa
e o campo coberto de sonhos