domingo, 30 de dezembro de 2007

rascunhos 1


estava serena, tal fim de tarde
ou manha, nem sei, nem vejo...
falta-me a vontade de a beber, em tragos desnudos
feliz reflexo do efusivo insecto a brotar no final de tudo
quando se aproximou, abusou de toda a vida
firmemente me fez deslizar no ressalto da sua vida
fustigou aquele recanto por entre teias de dedos
sentado olhei o encanto suspenso
lavei-a em trapos cor de sol e famintos enredos de letras

e quando a levei, pedi-lhe outro dos tantos que demos
da troca de vontade de ficarmos ali
onde o tempo sopra paginas coladas
pela saliva e perfume das bocas
depressa soletramos o vazio
subimos bem mais alto que Ícaro sem asas
pensei revelar a vontade do inacabado
regresso ao choro desesperado
rabisco na vida segredos da sombra ou a brisa fria de Dezembro
impossível é soltar um sorriso à vinda da flor
mas o que nunca saberei
é como a beleza da noite pode trazer tantos fantasmas
tanta falta

sábado, 29 de dezembro de 2007

já me tinha habituado à tua boa noite...


...então e aqueles sonhos que por breves instantes nos apercebemos que algo vai correr mal...
que o sonho vai de pesadelo a uma enorme tristeza
..ou simplesmente algo que não queremos sonhar...
tantas e tantas vezes oportunidade de acordar
...e acordamos
para não sonhar.

e aqueles que não queremos acordar?
e aqueles que não conseguimos acordar?


...e quando não conseguimos sequer adormecer?
mas a vontade de sonhar é tanta




quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ora aqui está



doce lugar pra te falar de mim...



sábado, 22 de dezembro de 2007

Hoje


tenho andado por aqui...





sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

então vamos lá abrir a janela...




então e o natal?
perguntem e tal, se já tenho todas as prendas...
se também comprei prendas para ela...

e então, gosto...
como?...assim: como um Romano, bebo tal qual Baco...
sopro em vão a vontade de sexo ali mesmo

como se a íngreme vontade de ser pai natal,
fosse sufocante, perante a real iminência da cueca assentar...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Moro aqui...


...junto com o cão de água pequeno e a doce vontade de ti


domingo, 16 de dezembro de 2007

Tenho-te...



...mesmo debaixo da minha pele...


abraça-me bem




há a "sodade"
o desejo ou os tais bichos da seda a arfar...
também a evidente falta de ti, mesmo depois de sóis de espera.
há a cruz ou o soltar do ventre entre os dedos esfomeados
a beleza de um canto depois do frio...
li e reli depois de tudo
arfei face a laranja e a simples vontade de te ler.
tantas e tantas vezes lá fui
à solene e faminta janela eu gritei
à grotesca e fímbria vontade das tuas botas
ao teu gotejar ou encanto
eu sonho
me diluo
encarno

vermelho num doce soletrar de marfim,
mandei-te um cartão dobrado e de joelhos no chão
esperei-te de tarde na calçada da baixa.
sorri para ti afaguei-te as mãos,
andei como um samba traído como uma estrela riscando o céu,
olhei-te nos olhos
como um deus olhando no rosto dela,
olho para aquela máquina e penso, que perto de ti ficaria
sempre a olhar para ti
sempre a sofrer por ti
sempre a dar-te aquele calor ou aquele namoro...

aquele namoro ou feitiço
à porta da loja ou das mãos
como morro das sobras do baile
talvez uma vez a coragem me faça chegar à tua boca
e te toque com a lasciva plenitude...

o meu desejo tem a vida do céu e da lua
da vontade de ti...
de te levar
de dizer depois sou feliz
quando me movo e remexo, quando inspiro e saboreio
não mais sairás sem mim
todas as palavras que te digo, conheces...
tudo em mim são letras que não contam
são pedras tardias, passeios verdes
soalheiros beijos, desvarios que queremos
ou tardios desejos
sem volta
lançados à restinga ou à terra

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Alguém me disse que hoje deveria ser feriado...



Porquê então....
...faz hoje 21 anos, 7-1 aos Lampiões...

quem não se lembra...:)

Talvez o sonho esteja à espreita


...à dias, que a degradação aumenta
...e se há limiares para isso?

mas também sei o que faria...
ainda bem que aqui estou enfiado em letras e mais

vento...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Daqui de cima...



...Faz de conta que vejo tudo...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

entre


Hoje andei...
entre o Arménio, e o que as ondas nos trazem...


melhora depressa...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

amarelo a voar


...isto ou a supressão do real
onde as palavras depois de ditas atingem uma forma ou uma lua tão distante
o sonho torna-se na dita ânsia sem nada dizer,
o querer retornar é próprio
só faltou ela, sou ela não se lembrou...
só ela não o fez de propósito, é com esse mesmo encanto que eu lhe louvo
há vozes ou tinta que não gosto
obrigado pelo silencio

vezes sem conta...
tantas que quase me levam a desistir do papel, do teu sorriso
ou do encanto em Junho na tua janela
talvez o jasmim encarnado brote de raiva face isto
só quero que a tua face se encarquilhe e soletre à minha passagem sem mim
que a vontade de te ter some-se a toda a tua beleza

sempre saltei e te vi à face daquela areia branca
quando te voltei a ver, regogitei ante o mais intimo sentir
agora que agonio à fome de cheiro de sopro e de ti
não mais vou falar
vou ficar cego de tudo
vou correr e soltar olhares de prazer



segunda-feira, 10 de dezembro de 2007


3..................................e poucos (8)

serei?.........






sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

nãoooooooooooooooooooo



Eu tinha pedido outra coisa....

...o marreta do velhote trouxe isto....





Será que serve para algo?

leve




e a mão do poeta vai do fim ao tempo, a por ti passa...
quando te segurei entre mim,
ou quando te olhei sem saber que ali ficaria
talvez as maçãs no teu rosto ou fluídez do teu sonho entre mim

faço tudo para isto com o sentir de uma vida dentro da vida,
ao passo de mais um gole de alma e de saliva deliciosa

a vida inteira para te escrever
na areia fina corro para alcançar a vida que me escapa
através das pedras escondidas na minha algibeira.
sinto a destruição premeditada como condição
sinto o paradigma a sofrer e o seu criador não o defende
a neve não me deixa correr

o silencio é sem duvida o melhor
fujo desta linguagem como a tenebrosa laranja sente falta deste aterrador sentimento
ás galinhas e à metamorfose urge a impressão que o fiel provoca
e o fumo mistura-se para mais uma tarde que queríamos para sempre

Alguém um dia me disse que tinha sonhado com um rosto,
tal qual este sonho também a razão ressurgirá aos poucos
só não consigo resistir aos polígonos coloridos com luzes azuis
que me parecem...verdes

aos paradoxos de papel
aos ecos do pato
ao abismal flutuando sobre nós
e ao pequeno almoço psicadélico que odeias
eu escrevo para ti

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007



Fugi do frio para aqui, ou só te disse que fugi...
não te conseguiria encarar, não naquele dia.
não porque sabia que não tinha esperado...
não te podia falar,
passaste de um corredor para o outro, pelo do meio
ou com o outro colado
olhei, e tu viste que olhei...
e viste que sabia para quem olhava
não sei porque não corremos, e nos abraçamos como naqueles avantes...

o tempo passa
o desejo urge como o sacar da vontade no ultimo dia
agora não quero deixar de olhar
um dia vou
e farei com que aquele dia tenha mais sentido
abrupto é o sentir de Pã na minha janela
correcto o dogma do poeta naquela tarde

falaras de mim de outra maneira
ou então sobre a uma qualquer sede de voar
ias com a tua malta...
não tenho desculpa

Carta ao Pai Natal...





...mas eu portei-me bem...

...ou não?









abrasiva
olho no meio a batuta inscrita no escudo
e cada verso meu será para te dizer
que um dia a eterna vontade de urgir aos teus pés
continuará
que frio faz aqui. nada.
o olhar repleto, a lua ou os seus lamentos como alguém a morrer
Sinto a tua musica, os devaneios passados
e por mais que queira nada me sai
revelas-te a tua enorme ingratidão
quando a guitarra na mó do silencio
ou na escala nos fez elevar o tom sem ouvirmos
os olhos do poeta num fenestim agudo,
volvem da terra ao céu, do céu à terra
e enquanto a ideia dá forma ao desconhecido
a pena do poeta transforma-as em desenhos
e assim dá ao significado uma nova morada
um novo nome
um novo amar


domingo, 2 de dezembro de 2007

Sr Fonseca




já passaram tantos anos
tantos loucos designados pelo tempo
tanto tempo
que louco também eu...