
há a "sodade"
o desejo ou os tais bichos da seda a arfar...
também a evidente falta de ti, mesmo depois de sóis de espera.
há a cruz ou o soltar do ventre entre os dedos esfomeados
a beleza de um canto depois do frio...
li e reli depois de tudo
arfei face a laranja e a simples vontade de te ler.
tantas e tantas vezes lá fui
à solene e faminta janela eu gritei
à grotesca e fímbria vontade das tuas botas
ao teu gotejar ou encanto
eu sonho
me diluo
encarno
vermelho num doce soletrar de marfim,
mandei-te um cartão dobrado e de joelhos no chão
esperei-te de tarde na calçada da baixa.
sorri para ti afaguei-te as mãos,
andei como um samba traído como uma estrela riscando o céu,
olhei-te nos olhos
como um deus olhando no rosto dela,
olho para aquela máquina e penso, que perto de ti ficaria
sempre a olhar para ti
sempre a sofrer por ti
sempre a dar-te aquele calor ou aquele namoro...
aquele namoro ou feitiço
à porta da loja ou das mãos
como morro das sobras do baile
talvez uma vez a coragem me faça chegar à tua boca
e te toque com a lasciva plenitude...
o meu desejo tem a vida do céu e da lua
da vontade de ti...
de te levar
de dizer depois sou feliz
quando me movo e remexo, quando inspiro e saboreio
não mais sairás sem mim
todas as palavras que te digo, conheces...
tudo em mim são letras que não contam
são pedras tardias, passeios verdes
soalheiros beijos, desvarios que queremos
ou tardios desejos
sem volta
lançados à restinga ou à terra
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