terça-feira, 29 de janeiro de 2008
"Os olhos do poeta, num fenestím agudo,
volvem da terra ao céu, do céu à terra.
E enquanto a imaginação dá corpo ás coisas desconhecidas.
a pena do poeta transforma-as em desenhos.
e assim se dá ao etéreo nada uma morada e um nome"
William Shakespeare
(sonho de uma noite de verão, acto V, cena I)
Naquele lugar servem-nos liturgia em lugar de vida
musicas de campainhas nefastas e geniais paradoxais albas laranja...
"a chusma de gulosos, de dia folhas secas viciosos, canudinhos..."
ás estepes inundadas lá fora, sobrepõem-se a vontade de de verter a infortuna vontade de dilaceramento
Ao êxodo de frases levantado por ti
embarco no trajecto de muros, e futilizo as linhas sobre mim
são máguas que consolo, bem no teu colo
inoportuna atitude
"Encontrei-te
sonho com isto
será que os deuses nos aceitariam
surpreendente, porque corro
faces
alguém me disse que as vira na minha janela
queria-te aqui
seria mortal ver-te assim só
pósfacio sedutor este, de frases soltas"
rc
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
para ti...
Lembra-me um sonho lindo quase acabado,
lembra-me um céu aberto outro fechado
Estala-me a veia em sangue estrangulada,
estoira num peito um grito,à desfilada
Canta rouxinol canta não me dês penas,
cresce girassol cresce entre açucenas
Afaga-me o corpo todo se te pertenço,
rasga-me o vento ardendo em fumos de incenso
Ai como eu te amo,
ai tão sossegada,
ai beijo-te o corpo,
ai seara, tão desejada
Ai como eu te quero,
ai de madrugada,
ai alma da terra,
ai linda, assim deitada
Fausto Bordalo Dias - lemba-me um sonho lindo
domingo, 27 de janeiro de 2008
mais...
...quando "unza unza, time"...
freiras e freiras e línguas
adoro as camisolas interiores de alças
o quê, cintos de ligas?
de manhã vi-te mas preferi não te falar...
apetecias-me tanto...
sábado, 26 de janeiro de 2008
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
dissecações sobre tuberculos esventrados
ou esta moldura de negro embutida em pele macia, toda esta luz formaria um tapete de sombras descalças e frias
subi sem desespero a íngreme escadaria de areia e as finas pratas entrelaçadas que me seguiam. de frente para o balcão pedi aquele chá de sonhos e desejo, onde as memorias furtivas divagam. feliz é talvez o mar que não para de te afagar...
ficaríamos ali a olhar, mas preferi um breve momento de lucidez , uma ode ou mesmo gritar tão baixo que todo o azul ficasse espantado com a febre que sofria. voltei a correr, com tal vontade de comer castanhas
já tarde tentamos ser furtivos e fizemos amor de tal forma...
há também o disseminar de toda a vida em poucos segundos
há também a forma mais fácil de voltar a...
talvez subindo a tal escadaria de areia e ocelos reluzentes
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
sábado, 19 de janeiro de 2008
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
como gostava de ter escrito contigo
...como o gosto ou a sede ainda me lembra,
como a febre da saudade daqueles anos demoram a passar.
poemas que ficam em forma de sombras, a loucura.
sopro afável de memoria,
vontade de recitar, lembrança de criações editadas
um sonho de encontro à sombra da tua pena
tundra
6
"a sombra entre os olhos: a primavera, a primavera. Eterno é aquele que possui um pulso de ferro e uma navalha velozes, um moinho de maré, uma árvore de frutos."
9
"Só se ouve o barulho do mar que não é um barulho mas o único sossego permitido. Os espelhos devoraram a cara. Trabalham agora o que é passível de ser reunido ao pólen, o que possui essa obscura paciência da conquista como matéria una e torturante, a necessidade física de destruir os olhos para, na verdade, poder ver. Fragmentos do corpo e da alma arremessados contra o mundo, danos. É esta a sensação."
Luís Filipe Parrado
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
frio arrependido
o acordar foi agnóstico e penoso, não pela sombra causada pela manhã com raios e fimbrias fluindo em homónimas diversas. corri descalço, sentindo o orvalho lá fora de Janeiro. cheguei mesmo a romper pelo armário minúsculo e enfadonho. na rua dei graças as gotículas enlameadas de sol a florir. passando por entre cafés, o rosnar das velhas e o fumegar de tudo, ali fiquei...
não fosse a sinalética nova, a montra dispersa por entre verde, juraria que ainda ai estavas.
O truque da felicidade
"Uma felicidade sem alegria. Ou seja: o domínio dos conceitos abstractos sobre o alvoroço. Um truque como qualquer outro, afinal."
Pedro Mexia
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
momentos de facto
Irra, era preciso viver tudo isto outra vez...
bulicio esperança difusa
ou o comer das palavras
falei-lhe do Luís e ela pediu-me um Porto
bebemos em goles sóbrios
curtos
olhamos entre inspirações de sabor
disseste,
como gosto
onde as palavras te olharam
soltei um assombro de riso
disse-te queres mais?
entre um piscar dos teus olhos
como sempre o fizeste...
voltei a servir
como senti o calor
ou a cereja madura entre galhos
falamos de fervor
vazamos os copos
mas não a febre
olhamos a seguir
calmo
o culminar
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
do baú...
"
sutra
para lá do sol, fica talvez a lamina fina da borboleta,
partindo o Fédro ao meio.
ou simplesmente amamentando o pássaro
desfasendo-lhe o seio
não gritei, apenas vi a manhã a correr, e estabelecio paradoxo preto.
a planicie é-me oferecida
o abutre morre, por comer o boi replécto de poemas
no seu dorso o volumoso virus do mito
hoje apeteceu-me matar
a luz não deixou
a felicidade as vezes não nos deixa pender
o haxixe é comido, o limiar é epigrafádo na pena do mortal
à noite, no escuro o pranto é retratasdo mo fluido duvidoso do intelecto
as mãos caem-lhe das orbitas em homenagem a Pessoa
com a vida. comi sôfrego o sol, junto com o riso"