quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

buenos aires em ti




e tanto e tanto
e sonho em lençóis pretos e morangos entre pregas
e breves silvos de suor
e filmes não acabados de rainhas e princesas

entre um cais de marés pardas
queria saber onde vais
não chorei só te vi
tua forma
feliz a corda daquela guitarra
que sonha com o tango ao teu lado

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

saudades II


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

5 dezembro


nunca mais chega...
depois conto...

o pai natal vem ai...



pois é...


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

mamma mia


eu sabia, sabia mesmo e não sabia porquê...
a sombra voltaria, a sul presença e tu, eu sabia

um copo
um voo uma vontade de conhecer o final
se pudesse iria directamente para ti

sairia daqui e não esperava
depois sempre este refrão banhado em panos de frutos e cetim

eu sabia
ficaria a sentir
sabia mesmo, e não sabia porquê...

entre traços e arestas de sentir
a fina vontade de ti
voltou em sons

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

que saudades 1



terça-feira, 30 de setembro de 2008

folga


Praia, praia e mais praia
amanhã...talvez umas prionace glauca

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

as tuas canoas


do final grito de azeite a corar naquele prato
daquela mão sempre em sonho e vozes
um olhar, as tuas canoas do Tejo
uma lágrima entoa 
uma saudade daquele fechar de olhos 
rios de som
será que veio dali

entoas o céu tão azul
entre azulejos azuis de fado
sobes às guitarras como o teu rio

e o tom
esse entra por nós a dentro
e é vida 
e é saudade





para Fernando Braga um abraço imenso

domingo, 14 de setembro de 2008

sábado, 13 de setembro de 2008

carvalhesa ou lágrimas


Viva!



vocês sabem... (lindas)








Devorem por favor...



acabamos assim...




sexta-feira, 12 de setembro de 2008

e ao segundo dia fez-se luz


entre camaradas e...



entre alegria...


entre lágrimas...



e amor



e sonho



apanhamos a vida, mas fugiu a festa



terça-feira, 9 de setembro de 2008

amanha na parteleira


domingo, 31 de agosto de 2008

palavras do Setembro




fumego ao Leopoldo suspenso sobre o formigueiro armadilhado
e vislumbro
e mirro perante o lamento
viu-o sulcando a eira inalada, sofrendo por ela
novamente a submeto ao silêncio e aos molhos que trago nas mãos
fedo subtil signo
a areia ecoa nas margens ao poder letal
fico alegre com a sofreguidão do sorriso
chamadas
então sobreponho-me à leveza na mutilada orquestra
voando

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

oitenta e 8

(...)Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.(...)



quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Também nós amamos a vida




"Também nós amamos a vida quando podemos
Dançamos entre dois mártires e no meio deles
erguemos um minarete de violetas ou uma palmeira.
Também nós amamos a vida quando podemos.
Ao bicho- da - seda roubamos um fio para tecer
o nosso céu e estancar este êxodo.
Abrimos a porta do jardim para que o jasmim saia
para a rua
como um dia bonito.
Também nós amamos a vida quando podemos.
Na morada que escolhemos,
cultivamos plantas vivazes e recolhemos os mortos.
Sopramos na flauta a cor da distância,
desenhamos um relincho no pó do caminho.
E escrevemos os nossos nomes, pedra a pedra.
Tu, ó raio, ilumina a nossa noite, ilumina-a um pouco.
Também nós amamos a vida quando podemos."


Mahmud Darwich, palestiniano - , O Jardim Adormecido e outros poemas

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

entre


então a vontade?
sobre o piano de sonhos e frutas de outono
saborosa essa tua boca...






"Um ceu para um mar
Tambem nos amamos a vida
Uma nuvem na mao
A noite do mocho
Disposicoes poeticas
O viajante disse ao viajante: nao voltaremos como
Sequencias para um outro tempo

Enquanto ele se afasta
Secura
A arte de amar"



sexta-feira, 8 de agosto de 2008




"Lembranças de um tempo bom
que a gente se amava em paz"


terça-feira, 5 de agosto de 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

a areia entre dedos


Afonso soberno com a sua forma nocturna estendida em sulcos de fama
sonhei e fugi

olhei, olhei
falaste-me de um amor
olhaste-me de outro

evitás-te a sombra que te falei
engoli a vontade
tão funda

quando a sombra sopra silvos de ti
sinto-te tão perto

quarta-feira, 2 de julho de 2008

sexta-feira, 13 de junho de 2008

quarta-feira, 21 de maio de 2008

sexta-feira, 16 de maio de 2008

ando assim...


quarta-feira, 14 de maio de 2008

caixas e botões no topo



...e fome do teu sabor
e comichão entre pelos nus
sombras de olhares
lascivo desejo que sinto
sentes?

é nossa
tanto tempo mesmo ali

segunda-feira, 12 de maio de 2008

3 voltas ao sol



Tás uma crescida...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Pára tudo... já!


e quando o aspirador se calou...



eu vou!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

um pouco mais de azul...



entre árvores e felizes rolos de magoa
um brilho de febre a escorrer entre testas e rios
e uma menina tão linda
um olhar sardento e uma rama que lhe afaga a nuca
um sonho de felicidade para ti...


terça-feira, 6 de maio de 2008

e tudo pra ti





ante o lodo e o paraíso
entre o desconserto e corrida para mais um café
quando me dizes:
eu vou

falamos de coisas exíguas
sorrimos ao que nunca esqueci
sonho
que da janela grito ao vento
que te cega e te despenteia

domingo, 4 de maio de 2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

meu corpo em ti



entre gritos de carros que passam e não nos vêem...

sábado, 26 de abril de 2008




"Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mais beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja."

Beijo - Jorge de Sena

e porque o 26...



também é dia de Abril

para uma mulher de Abril


e sai-me o sol e a lama e um sabor doce do teu pescoço
sai-me uma linha e uma nota sem sentido
uma surpresa ante o teu olhar
um anseio sempre que sinto aquela areia
uma vontade e a certeza de te ver

sai-me um suor bebível e um trago de prazer
uma linha ao fundo como se de a vida se tratasse
sai-me uma vitória de cravos
um desespero
um beijo

sai-me a eternidade
não sob o resguardo de chuva
não daquele tempo

sai-me de entre os raios de areia
soltos reluzentes gotas de mar
sai-me entre veios de Abril, soltos gritos de vitória
sai-me uma vontade de agarrar
um sono cruél


entre intervalos de olhar
e a fama que o céu atinge
vive o sabor de o dia que passou

entre lágrimas faladas
ante um Abril único
ou aquele sorriso da planície

o meu amor desceu com a multidão
sorriu, e a saudade afastou...
falou e gritou, e olhou para o lado

já faltei tantas vezes...
já ergui tantas vezes a mão
tantas e tantas descidas

entre sonhos vidas e bandeiras
e a febre solta...
e a mesma lágrima

Quando a voz falta
quando a foz está lá mas não sai
quando os lábios mostram...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

dois apenas...


O fervilhar de paixões e lagrimas
o meu vira ao longo da madrugada meu amor:

"Estrela da tarde
Era a tarde mais longa de todas as tardes

que me acontecia
eu esperava por ti, tu não vinhas
tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
tardando-lhe o beijo, mordia
quando à boca da noite surgiste
na tarde tal rosa tardia
quando nós nos olhamos tardamos no beijo
que a boca pedia
e na tarde ficámos unidos ardendo na luz
que morria
em nós dois nessa tarde em que tanto
tardaste o sol amanhecia
era tarde de mais para haver outra noite
para haver outro dia.

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.

Foi a mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos nocturnos silencios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa
De fogo fizeram.
Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.

Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto."

Ary dos Santos

quinta-feira, 24 de abril de 2008

olhar




na lente vai um sonho que ninguém vê...
no sorriso eclode uma
vontade de te
apertar...

a doce tarde ao cantar de uma vila morena




o manjar com talvez a fome
no amplo sentimento de quem ai vem
um olhar bonito
uma questão entre o silencio e a luta
entre gritos e bandeiras que nos afagam o céu
tão altas


"Malho e tenaz nas mãos, o ferreiro mal suspendeu o trabalho quando chegaram. Era um homem magro e andrajoso, o rosto coberto de fuligem e uns lábios surpreendentemente desmaiados"

Até amanhã camaradas - Manuel Tiago

quinta-feira, 17 de abril de 2008

o pai não tem medo de nada...


...algumas sombras sem dormir, entre dentes a imaginar
nem um olá...
nem um estou aqui reconfortante
sonho e grito e falo ao quente cálice de ti
doí-me de não saber mais

queria ouvir e desaparecer de dentro de ti
ao fumo demente de zorgons
ao gerido jogo
e à única salvação ante cadeiras e traças de fama
diz-me se também
ou acena e tudo o mais...

domingo, 13 de abril de 2008

tenho...


...tantas saudades,
daquelas que nos fazem cheirar o sonho...
o sabor é meu
o sonho também
só o abraçar em silabas roxas falta...




sábado, 12 de abril de 2008

e depois...


...queixam-se que a águia foge e tal...
bem ao menos os lamp... para nos darem algumas alegrias quando perdem...


terça-feira, 8 de abril de 2008

não estou...



domingo, 6 de abril de 2008

aquele abraço


onde o sonho e a imortalidade...
a volta, a espera e muito muito mais....
aquele sitio aquela luz
da fada à embriagues ou ao acorde subtil
dos jarros cravados na tua viola
onde os dedos falam muito simples, muito lentos...
sobre tantas e tantas coisas

tremo como te disse

onde esta parte se divide entre a saudade de Kurt
e aquele abraço ontem cheio de medo
também me apeteceu, também levei a sede para casa
fartas as flores que te desenho em copos e simples beijos

desci aquela vida como sons de cogumelos a nascer
como se de erros e sombras a mais eterna alma
do cimo de ti gritasse
por cima de uma mão de vidro te quis beijar
pela noite
ante o céu azul de um olhar
furtivo pensar...

terça-feira, 1 de abril de 2008

3 só 3


considerações


...é o cabeça de giz que agora merece toda a atenção...
a pia baptismal que deveria servir para purificar a cabra da mãe da menina...
...o tal tremer que tarda em chegar!


vale a folga e a sede que se avizinha.

sexta-feira, 21 de março de 2008

à vida para alem de junho


e a alegria vem em forma de uns acordes tipo then, then, then...
ante a sopa beijos que me apetece
e o Dylan que nos aquece

mais um que vou...
imperdivél

(já disse... e também vou andar diluído...)

palmas...muitas



tinha não me lembro que idade, o meu pai ia como de costume foi a lisboa comprar ferragens a uma rua que não me lembro o nome. aproveitei o facto para o massacre da altura. não me recordo que idade tinha, não me recordo se já estava em cena na altura. carreira com descida em cadencia em cacilhas e caminhada em passo rápido até ao terminal, como se não houvesse passagem de quinze em quinze minutos...
à chegada a caminhada até ao cinema e a despedida do meu pai, e de novo a certeza de que era aquele mesmo...
em suma...
relembro o monólito e a minha mãe a dormir
strauss e o danubiu azul em armonia perante o sol ali perto
não sei se achou o que queria...
não me lembro de mais, só que não foi bom pra minha mãe
passados estes anos, depois da noticia o mesmo comentario
uma tarde a dormir
mas uma tarde para o resto da vida
uma obra para toda a vida...


pra Arthur C. Clark

domingo, 16 de março de 2008

dedicatória


Então não aos piercings no pipi...
não à deliciosa linguinha furada....
ao mamilo trespassado durinho...
tattos antes dos 18 népia (é com 10 euros por mês que os faz senhores dos nossos filhos...)


este tema eu dedico de todo o coração, ao Mastodonte ministro ou lá o que seja deste governo que começa a fazer parecer o psicopata do salazar um daqueles anjinhos...

a ele eu recomendava um piercing na glande, no hemorroidal, no céu da boca, no sováco e talvez numa virilha...


sábado, 15 de março de 2008

refª à lei de cães perigosos (ou será, donos...)


mais uma ideia dos "nossos" génios diarreicos legisladores governamentais...
ou será febre imaculada de imposição sôfrega, cinética?
não, não...
PIDESCOS também me parece...


PIDESCOS estes merdosos do PS... sempre foram!



e eu?
não meto medo?

Olhem que o meu dono também me treina para morder...

quinta-feira, 13 de março de 2008

rasto



...alegria imensa
...ficamos ali parados entre a felicidade na areia, e risos de mar
subimos e vimos
afinal as nuvens também deixam rasto...


terça-feira, 11 de março de 2008

canyon



segunda-feira, 10 de março de 2008

déjá vu




ou talvez não...

sábado, 8 de março de 2008

acordei a cantarolar...


e mais 40' a 30 metros sem se diluir:






sexta-feira, 7 de março de 2008

à deuses mas não são Celtas


à vida com aquelas almas brutas
também à mingua e à fome
e a fala em sonetos discretos
vi-a flutuar entre a sombra e o riso e a beleza
tão escura era a noite...
e por milagre falamos de bichos e choros

encontro-me em ti
no meio de um liquido que não vejo
no abandono irreal
entre sons de cítaras agónicas
onde dedos gastos e soltos se desvariam

em esferas de fogo e espadas de paz
tento a todo o instante escrever as pétalas azuis
e aos bolbos que me olham e sorriem

agarrado ao cheiro de gengibre leve com o mar
às três velas que vejo, e a pra ti que me prendo
vejo só aquelas que entre falas e corpos nos olham
crescemos em voltas de incenso
soltamos sorrisos de lembranças
passamos tão perto, que não nos vimos
corremos tanto que quase acabamos...
estalámos tantos gritos que ninguém ouviu
rasgamos tantos desejos
enchi o copo
suave, aquoso e sorri
lembrei-me de ti

e bebi-te

à noite...



quinta-feira, 6 de março de 2008

fumegantes disturbios


antes de mais Parabéns Camaradas
vamos continuar a ser diferentes
mas não somos...
continuemos a lutar para meia dúzia, de chulos oportunistas...
de vivíparos musaranhos que fedem...
para asmáticos de dinheiro
para viajantes que "postam", só para provar...
para promeletas coloridas que se transfiguram a cada volta...
mas temos intraventrais lombrigas rançosas!

ainda assim a praia estava uma maravilha...
também o calor ajuda
a menina também
ou a falta...

o cão de água continua vazio, mas eu dou-lhe à mesma...

a monga?
também mas o ar comprometido faz-me rir
a pensar que...
ah e tal e se nós?
bem ao menos o puto é giro...

e então os murcons foram à viola...Boa!
os cabeçudos foram quase, (valeu o coxo) Boa!
os meus lagartos?
Viva...

Amanhã apetecia-me fazer uma marcação tipo Travis Bickle
cabelo rapado arranja-se
táxi não
magnum 44 :)

apetecia-me "prontos"

uma vida inteira



tantos dias de luta, tantos sonhos
tão grande a coragem e a dor...

nos teus olhos vemos-te a ti
agarramos a memória, e ficamos
tão prontos para o amanhã


bem então é assim...


entrei e...
à e tal, não tem cura....
foda-se cheguem-se à frente já não tenho paciência

fui, fui
mas "prontos"
o que vale é que os mouros tiveram uma alegria ontem

domingo, 2 de março de 2008

o que gostavas de ver?

Taranis - Deus Celta do Trovão

???


sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

buraco negro



"O que nos une é não nos entendermos
tu aí eu aqui - nossa via é diferente:
O teu já-foi o meu ainda-há-de-ser
são dois buracos negros no presente
que é nosso como o sonho antes do dia
quando sabemos já que estamos a sonhar
e que connosco brinca um pouco ao vento
até aqui e ali cada um se encontrar."

Ulla Hahn

Deixa...


por vezes perde-se o equilíbrio...
sorrimos à imensa vontade,
e à socapa
vamos da terra ao céu
ou ficamos de pernas pró ar debaixo dele...

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008



Quando tíbias de vento e amarelo platinado eram a minha paixão, surgiu efusiva ancestral e sem minguem a anunciar a partitura rasgada...
a fugaz alba de sois azuis em forma de choro,
em forma dos teus seios
do teu sabor que o beijo despertou

quando a vida nos olhou de outra forma, fugimos à fímbria imaginação
fugimos à eterna vontade
ao soltar amaras ante o féro despertar da besta

quando pensamos, senti-te tão perto
senti fluída a fonte da vida
sonhei tantos braços teus em volta...
e cruel é a sombra do efémero desejo

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

contigo irmão



não podias, pelo menos assim...
sucalcos de alegria em acordes de vinho
olhares em tempos de alegria e amor que passamos
que passagens e resistencias fizemos
que dias, que fome de tudo
sempre à sombra de um passo
sempre com o infinito a fugir
debaixo de nós
não ao encontro dele meu amigo...

pra ti Jerónimo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

mas a lua ainda grita


amorosas essas festas em mim dissolutas
sonho e descanso
arfamos assim depois de descermos a febril escadaria

e de entre a supra vaidade de ti
voltamos a subir mas só em letras
só em vagas colmeias
vagamente adornadas
feliz o olhar

alivio infinito
compassivos e distantes sumptuosos lugares
haverá maneira de impedir
fosse esse o grito, fosse o amar apagado
subiria de novo
tantas e tantas vezes

"eu respirava o cheiro de eternidades empoeiradas;
a minha alma jazia, abafada e poeirenta. E quem é que teria podid0, ali, arejar a minha alma?"

Also sprach Zarathustra - Nietzche

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

subitamente




dou por mim
assim violeta
entre a fome e margem

isto é tremor
uma solidão
no barulho da alma

no algar
corri e sequei
com lagrimas a liberdade

uma sombra
senti-te tão perto
ou um fulminante ponto

na noite
a sutra de então
ou o rio que passou


sábado, 2 de fevereiro de 2008

sem sal e ilusão




...sumarentas estas voltas de saudade
tenho um frio danado, e uma incontronavel vontade ti

enquanto a fina aurea aqui se mantiver
vou tomar um duche quente
e aguçar a alma para uns chocos à trafaria

...com sorte hoje hà cabeçudos
moskovskaia e saudade
noite à pressa para amanhã sorrir...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Aumentos para 2008

Pão - 30%
Bens alimentares - 5% a 10%
Gás - 6%
Taxa moderadoras - 4%
Transportes - 4%
Luz - 3%

Aumentos FP - 2,1%
Pensões - 1,7%

(a matemática é uma ciência fabulosa)

Para ti Sócrates aqui ficam os meus parabens e a minha dedicatória...







"Os olhos do poeta, num fenestím agudo,

volvem da terra ao céu, do céu à terra.
E enquanto a imaginação dá corpo ás coisas desconhecidas.
a pena do poeta transforma-as em desenhos.
e assim se dá ao etéreo nada uma morada e um nome"

William Shakespeare
(sonho de uma noite de verão, acto V, cena I)



Naquele lugar servem-nos liturgia em lugar de vida
musicas de campainhas nefastas e geniais paradoxais albas laranja...

"a chusma de gulosos, de dia folhas secas viciosos, canudinhos..."
ás estepes inundadas lá fora, sobrepõem-se a vontade de de verter a infortuna vontade de dilaceramento

Ao êxodo de frases levantado por ti
embarco no trajecto de muros, e futilizo as linhas sobre mim
são máguas que consolo, bem no teu colo
inoportuna atitude



"Encontrei-te
sonho com isto
será que os deuses nos aceitariam
surpreendente, porque corro
faces
alguém me disse que as vira na minha janela
queria-te aqui
seria mortal ver-te assim só
pósfacio sedutor este, de frases soltas"

rc

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

para ti...


Lembra-me um sonho lindo quase acabado,
lembra-me um céu aberto outro fechado
Estala-me a veia em sangue estrangulada,
estoira num peito um grito,à desfilada

Canta rouxinol canta não me dês penas,
cresce girassol cresce entre açucenas
Afaga-me o corpo todo se te pertenço,
rasga-me o vento ardendo em fumos de incenso

Ai como eu te amo,
ai tão sossegada,
ai beijo-te o corpo,
ai seara, tão desejada

Ai como eu te quero,
ai de madrugada,
ai alma da terra,
ai linda, assim deitada

Fausto Bordalo Dias - lemba-me um sonho lindo

domingo, 27 de janeiro de 2008

mais...


...quando "unza unza, time"...
freiras e freiras e línguas
adoro as camisolas interiores de alças
o quê, cintos de ligas?
de manhã vi-te mas preferi não te falar...
apetecias-me tanto...

sábado, 26 de janeiro de 2008

até logo...



sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

dissecações sobre tuberculos esventrados

não fosse assim a subtil presença de cinco ou seis réstias de leveza...
ou esta moldura de negro embutida em pele macia, toda esta luz formaria um tapete de sombras descalças e frias
subi sem desespero a íngreme escadaria de areia e as finas pratas entrelaçadas que me seguiam. de frente para o balcão pedi aquele chá de sonhos e desejo, onde as memorias furtivas divagam. feliz é talvez o mar que não para de te afagar...
ficaríamos ali a olhar, mas preferi um breve momento de lucidez , uma ode ou mesmo gritar tão baixo que todo o azul ficasse espantado com a febre que sofria. voltei a correr, com tal vontade de comer castanhas
já tarde tentamos ser furtivos e fizemos amor de tal forma...
há também o disseminar de toda a vida em poucos segundos
há também a forma mais fácil de voltar a...
talvez subindo a tal escadaria de areia e ocelos reluzentes


segunda-feira, 21 de janeiro de 2008




...
via esses olhos sempre que ela ouvia isto...

sábado, 19 de janeiro de 2008

mais um sonho de onde a agua passa



...assim tive de almoçar ...
sombras e outros desejos...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

como gostava de ter escrito contigo


...como o gosto ou a sede ainda me lembra,
como a febre da saudade daqueles anos demoram a passar.
poemas que ficam em forma de sombras, a loucura.

sopro afável de memoria,
vontade de recitar, lembrança de criações editadas
um sonho de encontro à sombra da tua pena


tundra

6

"a sombra entre os olhos: a primavera, a primavera. Eterno é aquele que possui um pulso de ferro e uma navalha velozes, um moinho de maré, uma árvore de frutos."

9

"Só se ouve o barulho do mar que não é um barulho mas o único sossego permitido. Os espelhos devoraram a cara. Trabalham agora o que é passível de ser reunido ao pólen, o que possui essa obscura paciência da conquista como matéria una e torturante, a necessidade física de destruir os olhos para, na verdade, poder ver. Fragmentos do corpo e da alma arremessados contra o mundo, danos. É esta a sensação."

Luís Filipe Parrado