domingo, 30 de dezembro de 2007

rascunhos 1


estava serena, tal fim de tarde
ou manha, nem sei, nem vejo...
falta-me a vontade de a beber, em tragos desnudos
feliz reflexo do efusivo insecto a brotar no final de tudo
quando se aproximou, abusou de toda a vida
firmemente me fez deslizar no ressalto da sua vida
fustigou aquele recanto por entre teias de dedos
sentado olhei o encanto suspenso
lavei-a em trapos cor de sol e famintos enredos de letras

e quando a levei, pedi-lhe outro dos tantos que demos
da troca de vontade de ficarmos ali
onde o tempo sopra paginas coladas
pela saliva e perfume das bocas
depressa soletramos o vazio
subimos bem mais alto que Ícaro sem asas
pensei revelar a vontade do inacabado
regresso ao choro desesperado
rabisco na vida segredos da sombra ou a brisa fria de Dezembro
impossível é soltar um sorriso à vinda da flor
mas o que nunca saberei
é como a beleza da noite pode trazer tantos fantasmas
tanta falta

sábado, 29 de dezembro de 2007

já me tinha habituado à tua boa noite...


...então e aqueles sonhos que por breves instantes nos apercebemos que algo vai correr mal...
que o sonho vai de pesadelo a uma enorme tristeza
..ou simplesmente algo que não queremos sonhar...
tantas e tantas vezes oportunidade de acordar
...e acordamos
para não sonhar.

e aqueles que não queremos acordar?
e aqueles que não conseguimos acordar?


...e quando não conseguimos sequer adormecer?
mas a vontade de sonhar é tanta




quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ora aqui está



doce lugar pra te falar de mim...



sábado, 22 de dezembro de 2007

Hoje


tenho andado por aqui...





sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

então vamos lá abrir a janela...




então e o natal?
perguntem e tal, se já tenho todas as prendas...
se também comprei prendas para ela...

e então, gosto...
como?...assim: como um Romano, bebo tal qual Baco...
sopro em vão a vontade de sexo ali mesmo

como se a íngreme vontade de ser pai natal,
fosse sufocante, perante a real iminência da cueca assentar...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Moro aqui...


...junto com o cão de água pequeno e a doce vontade de ti


domingo, 16 de dezembro de 2007

Tenho-te...



...mesmo debaixo da minha pele...


abraça-me bem




há a "sodade"
o desejo ou os tais bichos da seda a arfar...
também a evidente falta de ti, mesmo depois de sóis de espera.
há a cruz ou o soltar do ventre entre os dedos esfomeados
a beleza de um canto depois do frio...
li e reli depois de tudo
arfei face a laranja e a simples vontade de te ler.
tantas e tantas vezes lá fui
à solene e faminta janela eu gritei
à grotesca e fímbria vontade das tuas botas
ao teu gotejar ou encanto
eu sonho
me diluo
encarno

vermelho num doce soletrar de marfim,
mandei-te um cartão dobrado e de joelhos no chão
esperei-te de tarde na calçada da baixa.
sorri para ti afaguei-te as mãos,
andei como um samba traído como uma estrela riscando o céu,
olhei-te nos olhos
como um deus olhando no rosto dela,
olho para aquela máquina e penso, que perto de ti ficaria
sempre a olhar para ti
sempre a sofrer por ti
sempre a dar-te aquele calor ou aquele namoro...

aquele namoro ou feitiço
à porta da loja ou das mãos
como morro das sobras do baile
talvez uma vez a coragem me faça chegar à tua boca
e te toque com a lasciva plenitude...

o meu desejo tem a vida do céu e da lua
da vontade de ti...
de te levar
de dizer depois sou feliz
quando me movo e remexo, quando inspiro e saboreio
não mais sairás sem mim
todas as palavras que te digo, conheces...
tudo em mim são letras que não contam
são pedras tardias, passeios verdes
soalheiros beijos, desvarios que queremos
ou tardios desejos
sem volta
lançados à restinga ou à terra

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Alguém me disse que hoje deveria ser feriado...



Porquê então....
...faz hoje 21 anos, 7-1 aos Lampiões...

quem não se lembra...:)

Talvez o sonho esteja à espreita


...à dias, que a degradação aumenta
...e se há limiares para isso?

mas também sei o que faria...
ainda bem que aqui estou enfiado em letras e mais

vento...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Daqui de cima...



...Faz de conta que vejo tudo...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

entre


Hoje andei...
entre o Arménio, e o que as ondas nos trazem...


melhora depressa...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

amarelo a voar


...isto ou a supressão do real
onde as palavras depois de ditas atingem uma forma ou uma lua tão distante
o sonho torna-se na dita ânsia sem nada dizer,
o querer retornar é próprio
só faltou ela, sou ela não se lembrou...
só ela não o fez de propósito, é com esse mesmo encanto que eu lhe louvo
há vozes ou tinta que não gosto
obrigado pelo silencio

vezes sem conta...
tantas que quase me levam a desistir do papel, do teu sorriso
ou do encanto em Junho na tua janela
talvez o jasmim encarnado brote de raiva face isto
só quero que a tua face se encarquilhe e soletre à minha passagem sem mim
que a vontade de te ter some-se a toda a tua beleza

sempre saltei e te vi à face daquela areia branca
quando te voltei a ver, regogitei ante o mais intimo sentir
agora que agonio à fome de cheiro de sopro e de ti
não mais vou falar
vou ficar cego de tudo
vou correr e soltar olhares de prazer



segunda-feira, 10 de dezembro de 2007


3..................................e poucos (8)

serei?.........






sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

nãoooooooooooooooooooo



Eu tinha pedido outra coisa....

...o marreta do velhote trouxe isto....





Será que serve para algo?

leve




e a mão do poeta vai do fim ao tempo, a por ti passa...
quando te segurei entre mim,
ou quando te olhei sem saber que ali ficaria
talvez as maçãs no teu rosto ou fluídez do teu sonho entre mim

faço tudo para isto com o sentir de uma vida dentro da vida,
ao passo de mais um gole de alma e de saliva deliciosa

a vida inteira para te escrever
na areia fina corro para alcançar a vida que me escapa
através das pedras escondidas na minha algibeira.
sinto a destruição premeditada como condição
sinto o paradigma a sofrer e o seu criador não o defende
a neve não me deixa correr

o silencio é sem duvida o melhor
fujo desta linguagem como a tenebrosa laranja sente falta deste aterrador sentimento
ás galinhas e à metamorfose urge a impressão que o fiel provoca
e o fumo mistura-se para mais uma tarde que queríamos para sempre

Alguém um dia me disse que tinha sonhado com um rosto,
tal qual este sonho também a razão ressurgirá aos poucos
só não consigo resistir aos polígonos coloridos com luzes azuis
que me parecem...verdes

aos paradoxos de papel
aos ecos do pato
ao abismal flutuando sobre nós
e ao pequeno almoço psicadélico que odeias
eu escrevo para ti

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007



Fugi do frio para aqui, ou só te disse que fugi...
não te conseguiria encarar, não naquele dia.
não porque sabia que não tinha esperado...
não te podia falar,
passaste de um corredor para o outro, pelo do meio
ou com o outro colado
olhei, e tu viste que olhei...
e viste que sabia para quem olhava
não sei porque não corremos, e nos abraçamos como naqueles avantes...

o tempo passa
o desejo urge como o sacar da vontade no ultimo dia
agora não quero deixar de olhar
um dia vou
e farei com que aquele dia tenha mais sentido
abrupto é o sentir de Pã na minha janela
correcto o dogma do poeta naquela tarde

falaras de mim de outra maneira
ou então sobre a uma qualquer sede de voar
ias com a tua malta...
não tenho desculpa

Carta ao Pai Natal...





...mas eu portei-me bem...

...ou não?









abrasiva
olho no meio a batuta inscrita no escudo
e cada verso meu será para te dizer
que um dia a eterna vontade de urgir aos teus pés
continuará
que frio faz aqui. nada.
o olhar repleto, a lua ou os seus lamentos como alguém a morrer
Sinto a tua musica, os devaneios passados
e por mais que queira nada me sai
revelas-te a tua enorme ingratidão
quando a guitarra na mó do silencio
ou na escala nos fez elevar o tom sem ouvirmos
os olhos do poeta num fenestim agudo,
volvem da terra ao céu, do céu à terra
e enquanto a ideia dá forma ao desconhecido
a pena do poeta transforma-as em desenhos
e assim dá ao significado uma nova morada
um novo nome
um novo amar


domingo, 2 de dezembro de 2007

Sr Fonseca




já passaram tantos anos
tantos loucos designados pelo tempo
tanto tempo
que louco também eu...


quinta-feira, 29 de novembro de 2007

saudades...




amanhã
jantar
com os meus Lemmings
sabores açorianos...
que mais faltará... eu sei mas não digo...



quarta-feira, 28 de novembro de 2007

havemos de ouvir...

namoro

  • "Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
  • e com a letra bonita eu disse que ela tinha
    um sorriso luminoso tão quente e gaiato
    como o sol de Novembro brincando de artista nas acácias floridas
    espalhando diamantes na fímbria do mar
    e dando calor ao sumo das mangas
    Sua pele macia - era sumaúma...
    sua pele macia, da cor do jambo, cheirando a rosas
    Sua pele macia guardava as doçuras do corpo rijo
    Tão rijo e tão doce - como o maboque...
    seus seios, laranjas - laranjas do Loje
    Seus dentes... - marfim...
    mandei.lhe essa carta
    e ela disse que não."



terça-feira, 27 de novembro de 2007

quantas vezes te tenho dito...


toca só blues man...


segunda-feira, 26 de novembro de 2007

esta semana vai se monótona...


2ª correr, ler, almoçar muito muito bem (viva o Caldeiradas), piercing
3ª ...
assentar petroleiro 200 mil toneladas na Setenave , emprego à noite
5ª Almoçar com o meu grande amigo mágico, 2 dedos de conversa com o Kalú e buba na certa
6ª Almoço com a Ana..., jantar com os Lemmings na A.R.V.C.
Sáb Coma e consciência em conflito
Domg o stess...

domingo, 25 de novembro de 2007

Simplesmente...


Parabéns...
e mais a vida desejosa...ou a loucura tu sabes de quê...

a virgindade e a meia dúzia


muitos ou menos salmos de relva
pela sombra do rio
a fome sopra devagar
quando te disse parabéns, senti
quando a soma das nossas faces deram para afagar a sombra de todos nos
remei por entre a tua saliva demente
por entre o teu corpo
por um suave momento
quando a menina de praia sorriu, não apaguei a visão
cortei tudo, sorvi tudo e tudo comi
à vontade feita saudade imensa eu louvo
à alegria de te ter aqui por mais um milhar eu brindo
pela saudade que me provocas em risos
não falei do sol
talvez não queiras saborear a doce compota feita por ti
também queria estar ai
dizer-te baixinho


sábado, 24 de novembro de 2007

o monstro afinal é belo porra...


Ramos Horta propõe Durão Barroso para Prémio Nobel da Paz



este vaso de MERDA... destacou-se pela quê?

Paz...foda-se


Ca vergonha man...de seres de cá...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

como me mostras




há a musica com linhas e a do Jorge, inevitável surpresa dentro do compasso
há os versos a sede de rimar, e os sonhos e realidades do Palma
contra tudo o que se conhece onde tanta gente canta, o Jorge fala connosco, faz-nos sonhar com palavras

chego a um sitio, sempre com ele na mala, coloco a tocar e sempre aquele toque
aquele piano feito guitarra ou o encostar da sua forma...
sempre aquele sentido ou a fala natural de que sabe ou não se o tempo tem razão...

toda a musica se constroi entre o urbano o arranjo literal, as mãos cruzadas nas teclas e a realidade do amar
toda a noite te senti de mão dada, com sono também, encostada, descansada...

o relembrar voltou ou todo o mal me encurralou naquela noite
afinal senti não ter mão na vida, senti que todos os degraus entoavam de forma a que o teu sonho fosse meu, entre o teu camarote e a fonte

senti-te a todo o momento, fiz do Palma a minha alma...
fiz do acorde simples a sede de te devorar, de te consumir em partículas de sexo
soltem-se as nuvens que as vezes não vemos
voltem de novo os copos pelo corpo frio
que a vida faz a cada instante realizar o sonho...





quinta-feira, 22 de novembro de 2007

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

6º dia de manhã...




um dia destes toda a gente com o mínimo de sensibilidade acústica sonhará querer saber. vou só olhar para aquela praia onde tantas coisas aconteceram. indo, vindo como as ondas que depressa a afagam, e que calmamente sustenta todo o sabor doce de uma vida.
um dia tentei escrever algo mais que três linhas emersas num ambiente próliterario, ao que me foi veemente repreendido, … “escreve antes poesia…consegues sentir muito mais e sonhar muito melhor”…que carinho tão grande Manuel da Fonseca.

tentei amar ao som de blues, tentei matar a areia de forma a rolar sobre ela, de forma a subir por ela a cima sem ninguém chamar.
bebi toda a gente, e não consegui sequer imaginar a brutalidade de sonhos devassos que me pediste…
queria subir por ti…
queria realmente dizer-te coisas…

amanha sustento que vou levar a tua vida comigo, que vou pensar que não sonho sem ti. desculpa mais uma vez amigo, mas esta prosa tomou conta da vontade de lhe dizer coisas como ela quer, ou ela não quer…
acho que queria de outra maneira, acho que eu queria…

não vou ser capaz…
não me apetece sorver a memoria em rodelas de ananás
não tenho aquela vontade de entrar pelos teus olhos daquela maneira,

vou ser capaz de te sonhar, de invocar a febre ou a áurea a toda a hora
já todos aqui estamos, já todos adivinhamos sozinhos quem gostou de…
de mais não…
penso claro, o mais intimo de alcova e o mais brutal do libertino
penso e gosto de pensar…

derivo sempre para aqui, como se dependesse do jogo de olhares os nossos sábados de manhã
como se nos voltássemos a amar minutos mais tarde talvez ao luar da lareira ou embutidos num tinto em solo azul
são antagónicos estes momentos, são vontades ou simplesmente o sol na plena vontade de mais longe te abraçar…
são tantos sons a sorrir, são tantas as vozes a imitar
parece que não sou só eu a saber que…
“o mar também tem estrelas”





quinta-feira, 15 de novembro de 2007

e então o meu amigo...manuel joão vieira






...amigo manel não, não podemos deixar que um punhado de marcianos esteja a bater punhetas sozinhos

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

e então se disser...




hoje sonhei ser...
...ou então não ligar...e já está
tipo a menina também sonhou?
tem a vida pra resolver o dilema...
...que se lixe man
vamos lá dar atenção ao sr. lobo...

bora...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Felicidade imensa



Gostava de voar mais...

sábado, 10 de novembro de 2007

sorriso ou antologia do mesmo...




se fosse possível sorria...
...se as nossas línguas transpirassem juntas sorria...
...

sorriria com ela...
sorriria ao seu despertar,
...
beija-la-ia mesmo na sombra do olhar...
sorriria ante sorrisos...

sorrio sempre que me faço à imensidão...



domingo, 4 de novembro de 2007

choro sempre que...





Choro sempre quando...
ouço palavras nuas que beijam o muro do teu desgosto
o soletrar da vida em poesias de amor
o mar distraído a revelar letra a letra o nome dos amantes

choro sempre que te perco nos ressaltos dos dedos
vivo sempre no limiar desse dia
do pranto que não esqueci
no choro que nesse dia perdi

vivi sempre na tua mão
na leveza desta imensa saudade

"...ninguém fala em primavera
quem me dera quem nos dera
ter morrido nesse dia."

raiva, choro, riso, felicidade imensa, libido, tristeza, sonho





O que me provoca raiva...
...acordemos, à vidas que não tem nada a ver com as nossas...
à sonhos que poderíamos sanar
ou acordar simplesmente


sábado, 3 de novembro de 2007

da cor do pecado


esta simples beleza, eu só sinto quando vem de ti...
tem um sabor diferente, que a nossa boca jamais esqueceu
teu corpo claro
claro e que enlouquece
corpo da cor do pecado
do beijo escandalizado
da cor do pecado
que nos enlouquece



Fonix ganda séca de blóque...



...vamos lá saber...
com que eu gostava de dançar?...

consigo claro...


astor




moskovskaia e o relembrar de um fim de tarde


Quando ouço o Jim é porque algo vai mal...
tipo when the music's over
ou talvez a ansiedade nos olhos pequenos,ou a caricia de uma farpa no sentido descendente
o turbilhar do rei lagarto vai tão doce, tão fundo
a rapariga não urge em se desviar...
eu queria te ouvir, no grito ou na borboleta
ou ver-te entre os meus braços
violento
mas não menos fervoroso o querer subtilmente e delicadamente obrigar-te ao que querias
ao que desejas

Derivamos por Lobo Antunes
não - disse ela
claro.
assim tambem eu sou, ou a vã demência do café
porquê?
o amargo longo é sempre melhor.
gosto mais do soletrar da nota baixa - disse ela
amanhã sonharemos com um beijo defenido e longo
ao canto da boca como desejamos...
para onde a vida nos empurra
riu-se
pelo sonho vi
gostava - disse
não mais soltei aquela margem, não mas a vi
penso que disse
ola amanhã talvez
como desejo - pensei


como gostava de ter lambido uns selos contigo...




quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Todo o dia a querer dizer...


"Que ninguém durma!
Que ninguém durma!
Você também, ó Princesa
Em seu quarto frio, olhe as estrelas
Tremendo de amor e de esperança
Mas meu segredo permanece guardado dentro de mim
O meu nome ninguém saberá
Não, não, só o direi na sua boca
Quando a luz brilhar
E o meu beijo quebrará
O silêncio que te faz minha"


"O seu nome ninguém saberá
E nós teremos, oh!, que morrer, morrer"


"Parta, oh noite
Esvaneçam, estrelas
Ao amanhecer eu vencerei!

Vencerei! Vencerei!"


Nessun Dorma - Puccini

Ora atão vejamos...


qual o melhor antídoto ou a relutância em sofrer...

...e para não estar aqui a queimar a esta hora...



quarta-feira, 31 de outubro de 2007

meia hora de saudade


... se soubessem assim todas as vidas, se houvesse pelo menos esta razão todos os dias...
dissertações sobre o solver do desejo, ou só imergir por entre os teus seios
não consigo falar, é tão pouco o tempo, é tão belo
agora reescrevo ambos os sentidos depois das mãos te percorrerem a face
queria fazer parte de ti, tentei mastigar a febre que se enrolava em mim
tentei arredar todos os botões juntamente com a alma
tentei apanhar os olhos como peixes verdes, e eles estavam lá...
estavamos no tempo em que o teu corpo era quase meu
que te desejei ali
como te queria apertar ou só olhar
como te queria cantar ou desvendar recantos escondidos

o sol pos-se lá por detras das torres, e nós sós
instantaneo foi o desfolhar da saudade
foi o sofrer ou a ausência do teu cheiro e o que ficou dele
senti-me tao só com a felicidade
queria te cantar mais, queria esperar o que uma boca espera
queria voltar a um verão antigo, a uma bancada desnuda
a uma menina a correr à nossa volta
fico com o doce polen do teu peito, fico com a melancolia da cintura
com sede

segunda-feira, 29 de outubro de 2007



não só o sol me eleva assim...
...sim os teus cabelos cheiram a esta cor



sexta-feira, 26 de outubro de 2007

musa

hoje apetecia-me soletrar raul de carvalho, no mais intimo e vulgar dos recantos...
fiquei à espera que o meu karma não urgisse...
não vingasse a minha febre de ti...
não arrastasse a solidão por entre os dedos
fico ao som
sublime a ceifeira que fala...
ao rubro o riso em ti, desperta um sentir
um olhar

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

ontem mastigo

sutra
relembro a vontade de louvar...
afinal suponho que o pássaro é relactivo
invoco ou mastigo o algodão como genitais sofismos melancólicos
o ton superioriza-se perante o mais flamejante ruido
no ritmado fluido, a alma chora ao vazio
chora à sede de sal
ao desejo
ontem...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Sodade


...Dizias:
miss you..

não só mesmo em português...

Há vidas assim...

Estava eu a dançar isto, com a minha margarida...



só no final diz-me ela...

Já chega pai...

vamos ó ó...

:)

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Delicia

... Tapete vermelho talvez felpudo, a sombra da lareira ou o encandear da barca velha fervendo no cristal barato...

...vindo de Seia saindo por uma pequena vigia, barrado sobre uma seara alentejana...

...o olhar a refletir nos cabelos, o calor do sonho...

...contigo...

talvez a noite perfeita...

a musica?...

Ella Fitzgerald & Louis Armstrong

Hieronymus

Estranho
Lembro-me que para retirar a simples ideia ílicita de Pã das flores
surgiram plenas de vígor, superiores e escamosas borboletas...

(Retirado do envelope secreto)

Espera...

Em dias que nada sai...
Talvez um pouco do mestre




sábado, 20 de outubro de 2007

Sem ti

que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração

gaivota – Alexandre O’Neill


agora sabes onde estou…
sabes quando escrevo, a frequência da minha voz
sabes o quanto podes pensar em mim nas desculpas que ambos falamos
podes rir, podes sonhar e chorar, podes beijar com um olhar,
podes deixar-me e fugir
posso ficar a ouvir-te até a luz assentar
imenso anseio...
sinto o doce desejo mas fico dentro desta frase

agora sabes onde estou
seja entre o sol ou a multidão de uma esplanada
onde só o nosso olhar se cruza
onde espero por ti
onde te ouvirei sempre, ou onde me esconderei
do trovão ameaçador e ficarei quieto como se encostada a mim
sentisses onde estou

agora sabes onde estou
quem sou
que quando triste afagarei o teu cabelo em silencio
secarei o teu querer e só respirarei ao teu sinal
podes ler as tuas fadas, ouvir o cantar delas vezes sem conta
ignorar-me perante as tuas duas vidas
podes beber os amigos, invocar a alegria
mostrar tudo dentro de ti…

agora sabes onde estou
sabes onde choro a vontade
onde soletro o patamar perfeito do azul
sabes em que fio da cama me deito todos os dias
conheces a arte que me falás-te
o pranto que urge sanar no vão da escada
do desejo que cresce e queremos parar

agora sabes onde estou
estou enquanto o suor for teu
estou para ti com o brilho do olhar derradeiro
como se os teus seios, inacessíveis seios
estremecessem ante o meu olhar indiscreto
na manhã
na inquietude da paixão, no chamamento da fonte

agora sabes onde estou…

Desertos

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Da Sombra ao Deserto

Lá no sucalco dos dedos
ou delicadamente a espera que doi
à beleza dos desertos ao sopro...

Passou de novo por mim
aquele olhar que molda a duna
que enche de vermelho o manto que me cobre

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

um carinho as vezes cai bem...

"Drão
o amor da gente é como um grão
uma semente de ilusão
tem de morrer pra germinar
plantar nalgum lugar....

...quem poderá fazer aquele amor morrer...

...dura caminhada pela estrada escura...

Drão
...os pecados são todos meus
Deus sabe a minha confição, não há o que perdoar...

quem podera fazer aquele amor morrer, se o amor é como um grão
morre e nasce trigo
vive e morre pão
drão"

Caetano

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

gosto assim

Daqui vejo o mar, escrevo mais com o mar.
E vejo-te.
Também escrevo mais depois de ver o cheiro nos teus assombros de olhar.
Da janela já tentei pintar algumas folhas, por vezes até medo e pavor. Não consegui, só o assombroso sorriso da saudade ficou. É bom quando a vida nos mostra outro novo caminho. Quando a vida nos chama de novo à atenção.
Gosto assim, como se alguém que sempre conheci ditasse sabores misturados com o som.
O feliz, e grave soletrar do Tom.
Gosto de ti como se fosse a vida, sempre disposta a soltar um ritmo diferente. Gosto como se o impossível fosse a maior tormenta, como se o pinheiro em frente ou a tundra se abrisse e surgisses da agua ou do lençol azul.
Quando te vi a voz brilhou, a sombra curvou-se perante ti mesmo sem eu querer.
Eu vi e senti.
Não fui capaz de suturar de novo a sombra a mim. Também não queria.
Correu para os teus braços, beijou-te, desejou-te no mesmo instante.
Eu também gosto assim.
Eu gosto assim.
Lembro-me do tempo que perdi a lembrança. Lembro-me de não querer mais nada, só que a minha sombra corresse de novo para ti.
Lembro-me de um livro que escrevi, de um sonho que fiz à tua passagem pela minha vida. Lembro-me de ti a chover, a fugir…
Agora as águas balançam à minha frente, como se as suas folhas estruturas de amor sentido não tivessem mais tempo para falar.
Gosto como gosto, e não como o sonho do amante, não como alguém que brilha sempre. Assim sinto-te mais perto de mim, mais perto do beijo que sempre falta.
Olho a fotografia, o vestido vermelho visto de perfil com as gentes de fundo.
Elevo a voz à passagem do doce cheiro. Tão doce, tão cheio de ti
Sou amante de sonhos
De pedaços de frio
Dos contos que o amor que sinto nos cava
Não mais deixarei de te sentir.
Agora que vejo de novo o mar
Sinto-me
Perto de mim

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Há o gesto, que não sei apagar
sim levamos
sim soltamos

não há saudade, só sentir só melodia ou só viver
e um dia destes mudar
revirar a alma e
saudade do mestre

terça-feira, 9 de outubro de 2007

linda

e agora que sou?
sonho que a sombra não se lembra de mim
vejo-a a saltar de sol em sol e não se apaga
vejo à minha volta a sombra
a chorar
com medo
mas nunca se apaga

estive sempre com a sombra
brilhante, soberba na memoria
na vida
sempre sonhei
sempre a amei
e nunca se apaga

sou o mesmo, ou diferente na sombra
ainda a sinto mais forte
agora vivo na sombra e com a sombra
só rezo para que nunca
a sombra se apague

terça-feira, 2 de outubro de 2007



a minha vida..

"agarro a madugada como se fosse uma criança"
a fissura não mais fechará ou espera que um dia volte
o sonho é aquele que mariza fala
só o teu amor é tão real...

nesta alba ou no começo do sol
"onde tuas lagrimas de orvalho, cairam nas minhas mãos
quando te afaguei o rosto"
"os amantes infelizes deveriam ter coragem para mudar de caminho"

ao ver-me chorar por ti
sono desperto o mesmo no azul não quero saber
onde as palavras vão à solta como segredos em arvores sozinhas no monte
por prados desertos libertos...
caminhando...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

A nova era do turbilhão

Já vos disse que renasci...
ou a vida assim o quis
dedicadamente p'ra ti ou o sonho futuro do amante e mais um drama
"quem me amança com doces beijos altas febres e desejos"
dedico-te a gloria o riso e o pensamento...